“Voz das Tribos” é um projeto cultural que busca unir todas as tribos urbanas. No formato de podcast e na inovação do Pocket Show Studio, traz a verdadeira história e as músicas de nossos artistas. Criado e apresentado pelo inconfundível R. Naldo, é a voz da contracultura e do lado B do entretenimento das ruas para as mídias.
Era 22 de dezembro de 2020. Foi o dia em que R. Naldo foi à praça na Tiquatira, no Bairro Vila Matilde, Zona Leste de São Paulo, com uma ideia e uma missão fixa em mente:
Encontrar seu amigo Lucas Zanata a fim de propor montar um programa de podcast. Como já eram amigos do trabalho em uma empresa de metais e de longa data, ele ouviu as ideias e topou na mesma hora, mesmo sem terem a menor noção de como iriam estruturar isso. Foi a partir deste dia que começaram o projeto que viria a se chamar orgulhosamente “Voz das Tribos”, como contaremos a seguir. É desde esse início que começamos a contar essa história.
“Obrigado, meu amigo Lucas Zanata, pela oportunidade.” – R. Naldo.
Em 15/01/2021, foi o dia da primeira gravação. Alugaram 1 hora em um estúdio refinado no bairro do Tatuapé para a gravação de um episódio piloto. E foi tudo novidade. Devido aos altos custos com a gravação na mesa de som, optaram por gravar com o gravador do celular. Obviamente, a qualidade da gravação estava horrível, mas foi registrada no Spotify e no Google Podcast (Voz das Tribos) como o primeiro registro. O principal tema debatido durante a conversa foi a desunião dos movimentos culturais e das tribos urbanas, o que seria o sentido do programa dali para frente.
O tema foi: Entre todos os movimentos musicais atuais, entendemos que diversas tribos estavam ativas e desunidas, seja do Rap, Hip Hop, Funk, Reggae, Rock ‘n’ Roll e seus derivados, etc. E que poderíamos trazer, nessas gravações, essa galera artística e diversificada nos próximos programas e propor essa união direta. Mas ainda faltava o nosso nome, precisava ser forte e popular.
Foi quando ocorreu a ideia de popularizar um nome, a “Voz do Underground” era a sugestão principal, soava forte, mas restrita demais a um movimento classificado mais para a galera do Rock alternativo. Foi aí que veio a inspiração principal, no programa da rádio paulista 105 FM, que depois se tornaria nome de grandes eventos, o “Encontro das Tribos”. Feito isso, juntou-se a primeira palavra com a segunda e assim nasceu a “Voz das Tribos”.
Próximas gravações: Tudo certo, já tinham um nome, mas não um local fixo. Na ocasião, R. Naldo visitou inúmeros estúdios na região e nada foi acertado. A maioria dos proprietários se aproveitou do nome em alta “podcast” para cobrar muito caro, além de sentirem deboche pelo projeto. Afinal, era um absurdo mesmo ligarem três microfones em um monastério sagrado somente de músicos. Ironias à parte…
Foi quando um estalo veio a R. Naldo. Ele pensou: por que não ir até o CIAM e falar com Dimas, o proprietário do local, um ponto de cultura enraizado e estimado na região do bairro da Vila Carrão, na Zona Leste, e que ele já havia frequentado.
Em meados de março de 2021, foi quando houve a conversa com Dimas. Ele ouviu as ideias do projeto e, de imediato, apoiou e abriu as portas do CIAM para as primeiras gravações feitas com convidados do Voz das Tribos. Desde o início, uma grande amizade já se formou também.
Nota: Os preços acordados foram praticamente irrisórios.
Foram gravados especificamente quatro programas no local, ainda com estrutura precária, com apenas três microfones de gamers via USB para notebook, o que obviamente não deu certo. Foi impossível interligá-los simultaneamente, um erro primário dos aspirantes a podcasters.
Foi aí que foram adquiridos microfones condensadores profissionais importados. E quando foram testados na mesa do CIAM, infelizmente não funcionou, pois era antiga e não tinha tecnologia de entradas para o Phantom Power (fonte 48v).
“Foi aí que, por motivos técnicos, R. Naldo precisou de um novo local e chegou ao Studio NVS em uma busca despretensiosa no Google por “estúdios perto do seu trabalho”.
“Era uma terça-feira chuvosa, época da pandemia. Achei que não ia ter ninguém, e quando toquei o interfone, veio um cara muito simpático que me convidou para entrar. Ele quis ouvir atentamente sobre o nosso projeto e, no final, ele disse: ‘Há podcast, eu gravei uns aqui já, mas uma vez me perguntaram o que eu achei no final, eram ruins, e eu respondi: achei uma merda, era sobre comédia e não foi engraçado.’ Daí eu pensei: agora acertamos, porque esse cara é sincero, e aí vamos aprender, ouvindo os nossos erros e melhorando e assim fazer os programas com qualidade.”
É fato que a partir daí, começaram realmente a sair programas com qualidade, com os ótimos microfones, estrutura do Estúdio e as dicas técnicas do Abdul, engenheiro e proprietário de som do NVS. Entrevistamos artistas de diversos estilos; Punk, Hard Core, Death Metal, Rock Cigano, Rap, Rapper, Hip Hop, Heavy Metal, etc. “Todos os programas e suas histórias estarão disponíveis em breve no Blog da nossa página e estão postados nas nossas plataformas.
O mais incrível foi a parceria e a amizade que foi se formando, porque além de preocupado com a qualidade e nossa melhora em cada etapa, os preços foram extremamente acessíveis e camaradas.
“Um dia ele me disse que via potencial em nós e que por isso iria nos ajudar nos custos que podia.”
Seguindo a história, os programas eram postados somente no Spotify e no Google Podcast (todos postados pelo Gustavo, sobrinho do Naldo), e já com a página do Instagram (Zanata cuidava das postagens). Agora já era a hora de pensar nos vídeos…
Com o advento de produtos eletrônicos acessíveis na China, a Voz das Tribos conseguiu adquirir 4 câmeras Andoer 4K com filmagem contínua. Foi quando, através de uma indicação de um amigo em comum, foram apresentados ao videomaker e produtor João Paulo, o JP.
Sua passagem foi muito importante, ele foi o criador da abertura do programa, que ficou muito foda, aos moldes do extinto programa da MTV Brasil, o Fúria Metal, e que trouxe o conceito da importância da qualidade de imagens, apontando inclusive a baixa qualidade da resolução das câmeras adquiridas. Mas como já estavam compradas, o primeiro vídeo no YouTube foi registrado com elas na produção.
“Programa Nlizera Rock Fogueira.”
Seu contato acabou se perdendo na época; ele sumiu, e ainda precisava editar o vídeo gravado da estreia. Foi aí que, através de um anúncio aleatório, chegaram ao Leandro da Joya Films e, enfim, começaram a postar vídeos oficiais no canal do YouTube.
“Se não fosse o Leandro, nunca teríamos nenhum vídeo no YouTube. Ele editou todos eles e, tirando o primeiro, produziu os outros também. Sempre teve vontade de estar com a gente nas gravações. Aprendemos juntos. É um amigo e um excelente profissional.”
Agora, com a equipe certa e bem montada, era hora de fazer os programas de podcast que tanto batalharam para acontecer. Mas, justamente o também fundador e apresentador, L. Zanata, saiu das gravações e não apresenta mais o programa, mas ainda fica no apoio.
“Foi em comum acordo. O Zanata estava em uma fase difícil da vida dele na época. Não conseguia ir nas gravações e na conversa que tivemos, ele me falou que seu interesse principal era mais em me ajudar do que em buscar algo dentro do programa. Eu sinto bastante a sua falta, mas senti ainda mais gratidão pela sua atitude e transparência. Amigos sempre. R. Naldo.”
A mudança: Sem mais a dupla, o formato do programa teve que mudar, inclusive no vídeo oficial de estreia no YouTube, R. Naldo assumiu a apresentação solo. Foram duas gravações para conseguir a gravação.
Ele entendeu rapidamente que não era mais possível fazer podcast com poucas perguntas, pois não havia mais a réplica e a tréplica em cima de um único tema.
Hora de mudar, então R. Naldo passou a estudar as entrevistas roteirizadas, se inspirando nos vídeos de renomados entrevistadores como Jô Soares, Marília Gabriela e Oprah Winfrey.
Empolgado com os estudos e a necessidade de evolução, R. Naldo decidiu montar sua primeira agenda e gravar 4 entrevistas sensacionais, somente com artistas mulheres do meio musical. Em homenagem, o card principal foi:
Mylena Mônaco (Vocalista e líder): Banda Sinaya
Natália Fay (Vocalista) e Ka Storm (baixista): Banda Santo Graal
Nati Cruz (Cantora e MC) Batalhas de Rap
Anna Flávia (Cantora e modelo) Banda Viva a Noite, Pânico na TV
Todas as entrevistas estão disponíveis no YouTube, Spotify e no Google Podcast.
“Foi incrível, porque existia um nervosismo. Eu estava sozinho à frente da apresentação e com muito medo de errar. Mas me lembro que logo no primeiro programa, no intervalo da primeira parte com a Mylena Mônaco, saí da sala de gravação e vi o sorriso estampado no Abdul, me olhando e dando um sinal de joia, dizendo empolgado: ‘Mano, tá bom demais.”
Gravação com Annah Flávia:
“Nunca conheci uma pessoa com tanta luz quanto a Anna Flávia. Sua clarividência inocente e alegria de vida atingem um nível de pureza que minha escuridão jamais chegará. Senti como se um holofote estivesse bem na minha cara, quase me cegando durante a gravação e também nos momentos em que conversamos fora dela.”
Os programas tiveram ótima aceitação e foram bem elogiados, com ótimas visualizações, mesmo sem muita divulgação. A falta de preocupação de R. Naldo com o marketing, questionada por muitos nesta etapa do programa, é esclarecida por ele de forma direta, pouco pejorativa e visionária:
“Pode parecer meros detalhes ou descaso da minha parte em não buscar novos seguidores e fazer maiores divulgações neste momento, mas sou uma pessoa estranha. Não sou bonito, sou de meia idade e ainda sou gordo. Nem em fotografias eu gosto de aparecer. Não vou marketar a esmo a minha cara e o nome da Voz das Tribos sem ter a mínima certeza de que existe qualidade de áudio e vídeo, e que há fotogenia para levar uma opção de entretenimento bem produzida e de peso para as pessoas. Podem falar que não gostam do programa, é normal, faz parte do jogo, mas não que está sendo mal feito.” E completa:
“Procuro pensar além de uma fama prévia, porque no futuro, quero o público exigente e fiel conosco, com parcerias e patrocinadores duradouros. Afinal, nenhuma empresa conceituada e investidora neste mercado que se preze confiará sua marca em algo tão básico, e que, justamente, ainda estamos buscando melhorar.”
Logo após o término destas gravações, houve uma grande demora para a edição dos vídeos. Tudo era feito de forma artesanal, com todas as imagens capturadas pelos cartões de memória das câmeras, áudio da mesa e som gravados à parte e gravações com longa duração. Tudo dava muito trabalho, desde os cortes manuais de cada câmera até a sincronização dos áudios depois. E Leandro ainda tinha muitos clientes e tempo escasso.
Este método de gravação continuou nas próximas edições, mas o alerta já estava ativo, fazendo com que R. Naldo começasse a repensar em mudanças e juntar dinheiro para adquirir os novos equipamentos de transmissão ao vivo. “Não são baratos.” Mais à frente falaremos sobre como foi o desfecho.
Sobre o novo formato que foi criado ou recriado, R. Naldo comenta:
“A busca pelo aperfeiçoamento estava acontecendo a cada gravação, era um processo progressivo e contínuo, mas junto vinha uma vontade quase obsessiva de mudar, inovar e crescer como apresentador e como programa também, alcançar novos desafios, sabe. Foi ali, nos feedbacks da galera comentando comigo que os programas estavam ficando bem legais, mas que não conheciam as músicas daqueles artistas que eu estava entrevistando, que veio uma ideia na minha cabeça: melhor do que falar é mostrar.”
E foi o que aconteceu. Ele recriou os programas de auditório com as bandas tocando ao vivo para o seu canal do YouTube e chamou carinhosamente de Pocket Show Studio. Se inspirou nos programas “Perdidos da Noite” com Fausto Silva (o Faustão) e “Matéria Prima & Programa Livre” com Serginho Groisman.
Agora só faltava uma banda que topasse tocar ao vivo e fazer também a entrevista, convencer Abdul para equalizar e gravar todos os áudios e Leandro para produzir e editar todas as imagens para fazer o piloto.
“Eu estava mexendo no Instagram quando vi um post de umas minas fazendo uma chamada de um show que iriam fazer no CIAM da Banda delas, as Amurians. E me lembro que tudo me chamou atenção imediatamente: o visual indígena, o som denso, o estilo Doom/Metal Storm, com temáticas das Guerreiras Icamiabas da Amazônia, as letras autorais em português. Pensei: porra, é isso, será elas. Fiz o convite e a Mariza, baterista e líder da banda, me chamou, dizendo que aceitaram participar. Fiquei muito feliz, e armamos tudo com muito cuidado. Foram várias conversas antes do dia da gravação.”
O ensaio e a gravação deste programa ocorreram nos dias 15 e 16 de outubro de 2022 no Studio NVS. No sábado foi o dia do ensaio da banda e a montagem do cenário, e no domingo a gravação oficial.
“Me lembro que no final da gravação, todos os envolvidos estavam estarrecidos com uma sensação de realização no ar, de que tudo aquilo que foi falado deu certo. De todos os envolvidos, ninguém havia feito algo parecido até então.”
Mas como nem tudo são flores, ainda mais para o Voz das Tribos, o grande problema foi o tempo de edição para terminar e postar este vídeo. Foram meses, e quando ficou pronto, o tempo quase acabou com todo aquele encanto. No entanto, o registro foi feito, e o vídeo em formato inédito foi postado no YouTube e ficou muito louco.
“Cheguei a achar que este programa nunca iria sair. Tínhamos um segundo programa já marcado para abril de 2023 e precisávamos seguir a agenda, mas também precisava fazer algo a respeito e urgente. Era a hora de investir. O Leandro estava sobrecarregado, e nós abandonados.”
Foi em 29 de dezembro de 2022, quando R. Naldo conheceu Alê Pereira, baixista da banda Rarefeito 011, no CIAM, durante um happy hour apresentado pelo Dimas. Conversaram sobre seus projetos, e Alê disse que tocava em uma banda que mistura Hip Hop, Rap e Rock ‘n’ Roll. R. Naldo ouviu as músicas e adorou, então fez um convite para participarem do segundo programa no formato Pocket Show Studio. A banda aceitou de imediato, mas estavam com um novo baterista, ainda ensaiando e assimilando as músicas. Combinaram para o dia 01 de abril de 2023 a gravação. “O dia da verdade.”
“Foi um momento muito especial, tanto para mim quanto para o programa. Tudo caminhou bem, primeiro pela amizade que foi adquirida logo de cara com todos os integrantes, somados à qualidade de suas músicas, seu estilo alternativo e com aquelas picapes insanas. Vi a chance de melhorar, sair daquela zona de conforto onde tudo é bonitinho e proforma. Olhei por dias o vídeo das Amurians, e claramente, vi minha timidez diante das câmeras. Sabia que, para alcançar algo maior no futuro, eu precisava mudar, precisava me transformar em um apresentador, precisava virar um louco diante delas.”
E o resultado foi exatamente como o esperado. Houve uma mudança notória na postura de R. Naldo. Estava mais à vontade e atrevido com as câmeras, indo de encontro a elas, inclusive acertando o tempo de todas as chamadas, proferindo bordões provocativos. E a performance da banda arrebentou, com muita qualidade e agressividade em suas músicas e com muita sinceridade e riqueza de detalhes nas partes das entrevistas.
Dessa vez, a edição não demorou tanto quanto o vídeo anterior, mas, nessa altura, já estava feito mais um investimento do programa e aquisição dos equipamentos de broadcast, câmeras e todos os aparatos.
Alguns testes já foram feitos, mas ainda não foram inaugurados em um novo programa. Reforços na equipe foram necessários, e hoje o programa conta com as chegadas do fotógrafo Bruno Tonzano, o Trezera, e Samir Marques, o Pingo.
Mas ainda faltava um programa de rádio oficial. R. Naldo, sempre na busca por melhorias, principalmente na velocidade de sua voz, nunca considerou um episódio só de áudio digno de oficialidade. Então, unindo o útil ao agradável, as últimas duas gravações foram feitas com o Trezera, apresentando-o como novo membro e conhecendo também toda a sua história de vida, e com uma narrativa mais coesa e veloz, enfim foi reconhecida pelo apresentador.
Edição #22 e #23 somente no Spotify e no Google Podcast, sendo as últimas feitas somente para estas plataformas, com esses excelentes registros.
“Destinação é algo incrível e inexplicável, porque olha só isso, o nosso grande parceiro Abdul do Studio NVS está de mudança e adivinhem só para onde? para o antigo CIAM, onde tudo começou, quando pisei lá novamente me arrepiou a alma, que sensação foi essa?”.
“Acho que foi a primeira vez que faço algo na vida com tanto empenho e dedicação e com tanta vontade de ajudar as pessoas, sejam os artistas nas divulgações, quanto a minha equipe, e sei que vou poder melhorar a condição de todos os envolvidos agora, em um futuro próximo. Comecei o projeto de forma simples. Se fosse comparar com uma casa, eu definiria assim: primeiro comprei um terreno parcelado e que ficou parado, depois de um tempo eu fiz os alicerces, e agora eu vou construir, porque essa casa não veio pronta.”
Contamos a história até aqui porque, daqui em diante, ela se contará por si só.
“Foram várias pessoas que me ajudaram e me ajudam atualmente a manter esse projeto vivo. Para todos os envolvidos, meu sincero muito obrigado. Voz das Tribos é mais que um programa, é uma voz aberta, para apresentar e revelar nossos artistas e minha grande paixão. VIVA VDT.”
ESTE VÍDEO ESTÁ IMPERDÍVEL, conheçam o som e a história desta super banda da Zona Leste de São Paulo que misturam Rap & Hip Hop & Rock ‘n’ Roll. Tocando seus sucessos e LANÇAMENTOS EXCLUSIVOS NO PROGRAMA além da entrevista com temas inéditos dívidas em 4 partes.
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